sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Carlisle

Carlisle é uma cidade muito gracinha. Como eu disse, chegamos aqui ontem e hoje fomos dar uma volta pela cidade. Não tenho nada de tão relevante pra contar hoje. A cidade é toda antiga, de tijolinhos, parece de filme, mas falta cor nesse lugar. Mas o clima também não colabora: começou nublado e aí garoou e parou e garoou e saiu um sol bem tímido e aí ficou nublado o resto do dia. Hoje comprei numa loja de segunda mão a coleção dos "Deixados para trás" (6 livros de umas 400 páginas cada, talvez) por 2,50 libras - todos eles juntos! Adorei esse lugar! Tudo aqui parece ser bem barato, tem que cuidar pra não sair comprando tudo. E aquela gentileza britanica que a gente ouve falar é bem real: ao contrário dos noruegueses, eles falam "excuse me, thank you, i'm sorry" pra TUDO! Até no onibus tá escrito: "sorry, not in service". Extremo da gentileza, fala sério. O sotaque é bem gracinha também, mas só dos velhinhos, porque dos mais jovens é bem difícil de entender. Às vezes precisamos de tradução, mesmo que seja inglês britânico-inglês americano (thanks to Kristian, again).
Sábado de manhã vamos para Barrow, a cidade que vou morar. Vamos ter um treinamento com os missionários de lá e conhecer a região. Por enquanto ainda não estamos fazendo "nada" porque ainda é a época de férias aqui, então os trabalhos nas igrejas ainda não começaram (eu já falei sobre isso?)
Estamos vendo Piratas do Caribe 1 e eu aqui tentando escrever. Tá a cada dia ficando mais complicadinho pra pensar em português algumas expressões, isso que é só o começo. Aiai...
Bom, é isso o que tem pra hoje, como diz o povo.
:)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

perestroika


Finalmente chegou a tal da terça-feira que a gente iria conhecer a Preikestolen, ou Pulpit Rock. O clima estava feio de manhã, mas fomos mesmo assim. Levamos um pouco mais de 2 horas entre carro e balsa para levar lá na base da montanha, mais 3 horas de trilha para chegar nessa pedra. Vimos os tais dos fiordes, muitas montanhas e lagos e paisagens lindas, de tirar o folego. A pedra fica a 600 metros de altura e é um precipício retinho até o mar. Apesar de ser uma terça-feira chuvosa, tinha bastante gente lá em cima. Tinha até um carro que levaram lá pra fazer algum tipo de exibição pra sei lá o que. Depois veio um helicóptero pra buscar o carro e vimos o carro voando, e tenho que confessar que lá no fundo eu fiquei imaginando aquela corda arrebentar e aquela BMW despencar em queda livre... ai que dó. Depois veio outro helicóptero com um motorista idiota que quase matou eu e a Gabriela por motivo nenhum, só por prazer, mas enfim, não morremos e nossas mochilas também saíram intactas. Choveu um pouco durante a volta. Saímos muito cansadas e ainda tivemos que arrumar toda a bagunça que armamos no quarto do hotel, porque hoje de manhã dissemos bye-bye pra Noruega e partimos pra Inglaterra. Apesar de muita gente dizer que é bem difícil entrar na Inglaterra e que talvez teríamos que passar por uma entrevista e tal tal tal, foi tudo bem tranquilo; senti muito forte mais uma vez, o cuidado de Deus com a gente. Voamos até Newcastle e lá pegamos um trem pra Carlisle - foi um drama carregar as mil malas (cada uma trouxe 40 kg de bugigangas), mas o Kristian veio pra Inglaterra só pra nos acompanhar e nos ajudar nesses primeiros dias. Tusen takk, Kristian! Fomos pra casa onde moram os outros intercambistas brasileiros (o Ericson, a Cecília e agora a Kati) e as taiwanesas que ainda vão chegar. Comemos pizza de abacaxi com presunto e cogumelos (muito boa!). Agora vamos ver um filme - se é que alguém vai permanecer acordado. As pernas doem da caminhada de ontem e os braços doem por ter carregada as malas hoje. Mas vamo que vamo!

Versão resumida: fizemos uma trilha e chegamos num lugar muito muito massa. Deus é incrível! Agora estamos na Inglaterra e está tudo bacana demais :)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Caga na latinha e limpa na beiradinha

Última vez que eu escrevi foi na sexta-feira, se não me engano. Hoje é segunda e vou falar um pouco do fim de semana. Sábado era pra gente ir subir uma montanha e conhecer um fiorde com um precipício imenso, mas estava chovendo, aí acabamos não indo, porque aí não ia dar pra ver a paisagem. Vamos para lá amanhã, mas a previsão diz que vai chover também. Bacana. mas como dizem os noruegueses: "there is no bad weather, just bad clothes" (não existe tempo ruim, só roupas ruins).
Fomos então almoçar na casa do Rivo. Comemos pão do pólo norte com queijo, salsicha e tipo um chips de cebola (mas não cebolitos, era cebola de verdade, muito bom!). Depois fomos no museu do petróleo, que parecia bem chata, mas era todo interativo, foi bem bacana! Descobri que o petróleo é dos motivos para a Noruega ser um país tão rico. Caminhamos pela cidade, tomamos chocolate quente e jantamos em um restaurante japonês e chinês. Saí de lá com os beiço tudo ardendo de tanta pimenta que tinha.Chegamos em "casa" bem cansados e eu fui correr (leia-se caminhar) na praia ao por-do-sol (caminhei das 9 as 10 da noite e quando voltei ainda não estava complatemente escuro. Vantagens de morar aos quase 60º de latitude). O céu tava todo laranja quando eu saí, e aí tudo ficou rosa e azul e roxo e uma aquarela toda. Incrível essa criação de Deus! Apesar do vento estar beem gelado, tinha um surfista saindo da água.
No domingo fomos ao culto da Igreja Internacional em Stavanger. Ter o louvor e a pregação toda em inglês fez cair um pouco mais a ficha que vou ficar um ano na Inglaterra. Fomos almoçar na casa de um casal que trabalha na NMS. Lá estava também o filho deles de 2 metros de altura, que casou com uma brasileira de Goiânia, e mais um casal curitibano que mora aqui desde o começo do ano. Foi bom falar um pouco de português que não seja só com as meninas que vieram comigo. Almoçamos um prato típico da Noruega que é ovelha cozida com repolho por quatro horas, servido com batatas e cenouras. A cara é estranha, mas tava bom. De sobremesa tivemos sorvete com algo que deve ser groselha ou alguma desses frutinhas do bosque, e café. Sempre tem café aqui, parece o Brasil. Fomos caminhar pelas redondesas, tava um dia lindo de sol, e acredite quem quiser: eu tava de shorts e camiseta (pena que não tem nenhuma foto pra provar). Depois fomos na casa desse cara de 2 metros de altura que sabe falar um pouco de português, mas só coisas como: "mulher, vai pra cozinha", "cala a boca, criatura", "orelha seca", "você é um pouquinha burrinha" e várias outras expressões, incluindo a que dá título a esse post. Era muuuito engraçado ver ele falando essas coisas para a mulher! Jogamos um pouco de Bangu, jantamos omelete e salame de rena e um creme de avelã que é doce e salgado ao mesmo tempo e fim. Estranho não estar na igreja domingo a noite. Mas coisas ainda são bem novas aqui, então, sinto muito, preciso ser sincera e dizer que ainda não bateu aqueelas saudades. Acho que sou meia fria pra essas coisas (como alguns já devem saber).
O interessante aqui na Noruega é que as pessoas são bem atenciosas, amáveis e ajudam com prazer, mas ninguém pede licença para passar e se acabam esbarrando em você na rua ninguém pede desculpa. Estranho. Mas é um povo bem amável e hospitaleiro, no geral. Fomos muito bem recebidas em todos os lugares que nós fomos.
Bom, orem pra que amanhã seja um dia bonito e dê pra pelo menos ver a paisagem lá no fiorde!

Versão resumida: acho que vou emagrecer de tanto rir. 

sábado, 18 de agosto de 2012

a visita que não acaba

Os missionários aqui são muito muito hospitaleiros e queridos!
Hoje conversamos com o big boss da NMS, cara gente fina pra caramba, que nos explicou o que ainda não tínhamos entendido sobre a história da NMS. Descobrimos que os grupos de mulheres que haviam aqui na Noruega em 1842 (ano que foi fundada a NMS) foram muito importantes para a formação e sustento da organização. E que levou 14 anos desde que os primeiros missionários foram enviados (para a Africa do Sul, em 1843) até que alguém se convertesse e batizasse. "Quite some time, isn't it?" - disse nosso querido big boss, Leif, no seu sotaque ligeiramente britânico.
Depois fomos jantar na casa do Kristian, o responsável por nós na Inglaterra. Brincamos com seus filhos hiperativos e as coisinhas mais gracinhas do mundo, conversamos no jardim e tomamos café e suco, aí veio a janta, jantamos, conversamos, saímos da mesa, fomos para a sala, conversamos, tiramos algumas dúvidas, e depois veio bolo e sorvete e confeti e café e chá e chocolate norueguês, e conversamos mais um pouco, falamos sobre o Brasil, falamos sobre a Inglaterra, sobre a Noruega, sobre Hong Kong, sobre a China, sobre maratonas e o assunto já estava acabando e ficavam aqueles momentos de silêncio constrangedor e já eram 10 da noite e não sabíamos se a gente que deveria falar "time to go home" ou se isso seria uma ofensa e deveríamos esperar que eles nos mandassem embora, e a gente se olhava e não sabia o que fazer. Até que alguma de nós tomou coragem e disse: "acho que vocês devem estar meio cansados, não?", assim como quem não quer nada. E eles disseram: "não não, fica tranquila..."
E a gente só esperando, sem saber o que fazer...

Depois de um tempo de silêncio constrangedor a esposa do nosso líder disse: "a gente vai ficar aqui só esperando? leva elas pra casa!"
Essa mulher é o máximo! hahaha
Mas eles são muuito legais e atenciosos!

Versão resumida: é difícil estar em uma cultura nova e não saber direito o que as pessoas esperam de você, o que você pode fazer ou não... mas sempre gera histórias engraçadas!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

primeiros dias

Os primeiros dias aqui tem sido muito bons. Temos conhecido melhor a NMS (Organização Missionário Norueguesa, que nos trouxe até aqui), os chefes, o trabalho deles e os motivos pelos quais nos trouxeram até aqui. Também estamos podendo descansar bastante, porque o horário de expediente deles é até as 15 horas, aí depois disso geralmente estamos livres de volta ao hotel. Ontem tava calor (24º, o que acontece poucas vezes por ano aqui) e fomos tomar um sol na praia aqui na frente do hotel. Já nao tava com cheiro de cavalo, isso é muito bom. Vi muitas criancinhas branquinhas (quase transparentes) peladinhas brincando na praia. A água tava muuito gelada e com varias águas-vivas (tá certo?), mas mesmo assim tinha gente nadando. Eu resolvi deixar pra entrar na agua hoje de manha, mas aí hoje já fechou o tempo, esfriou, aí não deu.
Hoje fomos conhecer o centro de Stavanger. Nos aventuramos sozinhas, pegamos o busão e fomos bater perna. O interessante é que até o motorista do onibus fala inglês, então é facil de se virar. Tudo custa muito caro, então não comprei nada além de cartões postais e uma capa de chuva ridícula que foi extremamente dificil de achar. Deu pra dar umas boas risadas, ver uns norugas gatinhos e comer um kebab do tamanho do mundo.
Não vejo a hora de poder ir conhecer minha família hospedeira e o trabalho lá na Inglaterra. Vamos para lá na quarta-feira e vamos ter mais um treinamento juntas em Carlisle, depois disso eu vou pra Barrow-in-Furness, a cidade que vou ficar.
Agora tenho que estudar umas paradas sobre comunicação intercultural para os estudos de amanhã com o Rivo.

Versão resumida: tá tudo bem.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

a tal da viagem

[se não quiser ler tudo, no fim tem a versão resumida]
Depois de dois meses de preparação, confusão com o visto e muita correria, finalmente chegou o dia da viagem. Era um bonito domingo dia de sol, dia dos pais. Saí de Curitiba as 11h da manhã e fomos para o Rio. No banheiro do aeroporto no Rio conheci uma menina que veio no mesmo voo e ia pegar o mesmo voo que eu para Frankfurt a noite. Passamos o dia juntas (eu, Kati, Gabriela e Rebeca (as meninas que vão para a Inglaterra comigo) e mais essa menina Bárbara e seu amigo Fernando) em Copacabana. Percebi que o sotaque carioca já não me incomoda mais. Fiquei com gostinho de quero voltar.
O voo para Frankfurt foi tranquilo, não dormi quase nada, meu pé inchou tanto que meus dedinhos curtos quase sumiram [exagero], mas agora já voltei ao normal. Fomos conhecer a cidade também, porque nosso voo para a Noruega era só de noite. Que saudades dessa Alemanha! As coisas são baratas, a comida é boa, as pessoas são bonitas (mas mal educadas, sério). Foi muito massa poder conhecer o Rio e Frankfurt assim de graça! haha
Indo pegar o voo para Stavanger, na Noruega, o cansaço bateu forte e tivemos crises de riso. Muuito bom poder falar o que quiser e ninguém entender! haha
As malas chegaram inteiras e certinhas, menos a da Kati, que tinha ketchup por fora (sim, ketchup).
O Kristian (missionário norueguês) e o Rivo ( de Madagascar) vieram nos buscar e nos deixaram no hotel. Achei que a viagem de dois dias e o fato de não ter dormido muita coisa nas últimas três ou quatro noites, além do fuso horário de cinco horas ia me deixar bem cansada, mas antes de dormir fiquei com vontade de ir dar uma passeada lá na praia, que é a uns 20 metros de onde estou agora. Não fui, achei melhor ir descansar. Mas fomos lá hoje e apesar de cheirar a cocô de cavalo, a praia é bem bonita e a água é transparente; apesar das águas vivas e da temperatura da água ser de uns 14º graus, tinha gente nadando. Tinha um sol lindo e passamos o dia de camiseta (até agora estou de camiseta, mas lá fora tá friozinho já). São dez e meia da noite e o sol se pôs não faz muito tempo.
O Rivo veio nos buscar e almoçamos no shopping. Aproveitamos e fizemos compras no mercado, porque aqui no hotel não tem janta e é muito caro se for comer fora todos os dias. Se for converter as coisas em reais, você acaba não comprando nada, é tudo bem caro! Tinho um presunto ou algo do tipo que custava 395 coroas o quilo - isso dá mais que 100 reais! Esse é um exemplo extremo, mas enfim, no geral é tudo mais caro.
Estamos em um hotel em Sola, uma cidadezinha ao lado de Stavanger. A região é bem gracinha, com plantações de trigo, cavalos, ovelhas, pastos verdejantes, casas coloridas de madeira e jardins floridos. jantamos (a janta é as 4h da tarde) com a família do Rivo, que nos recebeu super bem (eles até usaram os pratos que eles ganharam de casamento e só usam em ocasiões especiais). Nos sentimos muito honradas!
Vamos ficar aqui até dia 22, conhecendo os missionários e o trabalho na NMS, a Sociedade Missionária Norueguesa, que nos trouxe até aqui.
Bom, por enquanto é isso. Hora de ir para a cama, amanhã é mais um longo dia (literalmente).


Versão resumida: viajei dois dias, cheguei bem, estão cuidando bem de mim, a comida é boa, é tudo caro e tá um calor gostoso aqui.