Uma semana antes do casamento do meu irmão, eu precisava comprar uma flor de tecido para colocar no meu cabelo para a festa. E lá fui eu no melhor lugar para comprar esse tipo de coisa: a feirinha do Largo da Ordem. Lá no meio daquela imensidão de barraquinhas e gentes e cheiros e barulhos, encontramos uma barraquinha que vendia mel, chás e sandálias de couro. Quem vendia eram dois barbudos de cabelo comprido. Obviamente, minha mãe começou a conversar com eles, e eles explicaram que moravam em uma colônia, um pouco afastados de Curitiba e que viviam como Deus mandou viver, respeitando os mandamentos, vivendo em comunidade, compartilhando tudo com os irmãos, sem egoísmo, sem propriedade, sem ganância (Atos 2.42). E nos convidaram para celebrar o Shabat com eles. Infelizmente, nas 8 semanas que se seguiram, não pudemos participar. Mas hoje chegou o dia em que fomos visitar a comunidade das Doze Tribos.
Para começar, um maravilhoso por-do-sol nos acompanhou na estrada. Cada um que nos via, nos dizia que éramos bem vindos e se apresentava [o nome de todos eles é um hebraico, então infelizmente só lembro do nome de uns poucos]. A lua estava incrível. Nas sextas-feiras, eles têm uma comemoração do Shabat, com danças, um momento de compartilhar e um jantar. Tivemos uma deliciosa pizza de queijo e tomate, com massa integral [detalhe que até o trigo é moído lá] e de sobremesa um alfajor de massa integral também [fica o comentário que foi o melhor alfajor que já comi na minha vida]. Amei aquelas crianças. Achei incrível que com o tempo, eu acabei vendo a beleza naquele lugar humilde, com pessoas que a princípio acharia feias, mas que passam a ser lindas aos meus olhos e coração. Fomos tratados com muito carinho, muita gentileza, muito amor. Muita ação de Deus naquele lugar.
Não vejo a hora de poder voltar.
Não vejo a hora de poder voltar.